Quando entrei para a escola primária, já sabia ler. E, desde o momento em que aprendi, os livros fizeram sempre parte do meu quotidiano.
Sou uma apaixonada por livros, por leituras na praia, na cama, no sofá, no jardim. Sou apaixonada por Bibliotecas e por livros tão antigos que até necessitamos de luvas para os manusear. Nos livros encontrei desde sempre o conforto, a calma, a reflexão e personagens incríveis e distintos que, quando a história termina, sinto que é como um amigo a quem dizemos adeus - sabendo, no entanto, que basta voltar a reler para o encontrarmos.
Contudo, existem livros que, infelizmente, não me disseram nada. Não gosto da sensação de não gostar de um livro, de olhar para ele e saber que, provavelmente, nunca mais o vou ler. No entanto, seja pela forma como foram escritos ou pela caracterização dos seus personagens, estes livros fazem parte do conjunto onde li uma vez - talvez duas, no máximo - e onde o meu coração não foi conquistado:
Equador, de Miguel de Sousa Tavares
Detestei do inicío ao fim. Gosto de livros históricos e este, que retrata os últimos tempo da Monarquia, pareceu-me francamente interessante ao inicio. Mas, à medida que o lia, comecei a sentir-me terrivelmente aborrecida - sinal de que, infelizmente, o livro não está a tomar o melhor rumo no mar das minhas apreciações. Tudo bem: o livro é um romance, é suposto haver um certo cariz de intimidade e, possivelmente, sexualidade ao longo das suas páginas. Mas sinto que foi feito um esforço muito superior para as cenas de sexo do que para o resto das páginas. Não sinto que um livro tenha que ter constantemente sexo para conquistar um leitor - nem mesmo sendo esse livro um romance.
Harry Potter e a Criança Amaldiçoada, de J.K. Rowling
Sou Potterhead há muitos anos. Li todos os livros e vi todos os filmes. Conheço os personagens, os respectivos actores e as histórias de cada um deles. Sou completamente fã de J.K. Rowling, da sua escrita e da forma generosa como ela faz doações para instituições carenciadas.
Infelizmente, o último livro da saga de Harry Potter - se é que podemos chamar-lhe assim - não me conquistou nem um pouco. Talvez fosse porque o li cheia de expectativas, julgando, no meu íntimo, que ia ser um livro tão bom como os anteriores e, por isso, me tenha sentido enganada e desiludida. Não tem rigorosamente nada a ver o facto de ser um guião de uma peça de teatro - um dos meus livros favoritos segue, precisamente, esse formato - mas o facto de encontrar erros que, na minha opinião, são tão absurdos que me ponho a pensar como é que eles aconteceram.
Para mim, o pior de todos nem é a caracterização de Albus Severus ou a quantidade de acidentes desastrosos que ele e Scorpius fizeram nas suas viagens, mas sim o facto de pura e simplesmente, haver a possibilidade de Voldemort ter tido uma filha com Bellatrix. Quero dizer, qualquer fã sabe que Bellatrix não se importaria minimamente com isso - quiçá, nos seus sonhos, esse fosse dos seus maiores desejos - mas, Voldemort não consegue amar. Parece-me irracional pensar que, por um momento que fosse, tivesse sido do seu desejo ter um filho - mesmo que o sexo fosse, talvez, da sua vontade.
Sinto que este livro deixa uma série de pontas soltas - mais uma vez, talvez tenha carregado demasiado as esperanças nele. Para mim, este livro é como se não existisse, e isso entristece-me, não apenas como apaixonada por livros, como também por fã da saga.
Comer e Amar em Paris, de Elizabeth Bard
Gostei da história deste livro, do facto de ser narrado em 1ª pessoa, da caracterização de Paris e dos personagens. Foi neste livro que encontrei receitas muito boas, como os Bolos Individuais de Chocolate Derretido e Bôla com Bacon, Cerefólio e Figos.
Contudo, sinto que perdi muitas vezes o rumo à história precisamente por aparecerem receitas tão boas no meio das suas páginas. Possivelmente, se as receitas se encontrassem num conjunto único nas últimas páginas do livro, talvez este não se encontrasse aqui. Não o detestei, no entanto, mas é um livro que, por me deixar tão distraída, acabou por fazer com que a história principal não tivesse tanto impacto em mim como deveria ter.
E vocês, têm livros que não vos disseram nada? Algum deles faz parte desta curta lista?
Eu adorava ler, no entanto, apesar de continuar a gostar, é algo que tenho deixado um bocado para trás ou por preguiça (preferindo séries\filmes) ou por falta de tempo. É algo que quero mesmo voltar a introduzir na minha rotina, tenho de me dedicar :)
ResponderEliminarÉ uma pena que estes livros não te tenham conquistado, mas é como tudo, há uns que nos preenchem e outros nem tanto :/
R: Muito obrigada pelo maravilhoso comentário que me deixaste, aqueceste-me o coração com tanto carinho e é isso que me faz sempre voltar à blogosfera <3
Com o tempo percebemos que às vezes perdemos para depois ganhar, boa sorte para ti também, minha querida!
Partilho a mesma opinião sobre os dois primeiros livros :(. Quanto ao último, não li.
ResponderEliminarBeijinhos
Blog: Life of Cherry
De facto Voldemort ter uma filha não me parece a melhor ideia de sempre!
ResponderEliminar